Entrevista: Fernando Daniel


Entrevista a... Fernando Daniel. 
Vencedor da 4ª edição do The Voice Portugal, nasceu a 11 de maio de 1996, tem 21 anos. 



“Quero deixar de ser a pessoa que toca em bares para passar a ser uma pessoa com uma carreira”



Conheci o Fernando Daniel no ano passado. Estava a terminar a licenciatura em Comunicação Social, na Escola Superior de Educação de Viseu, e o nosso curso queria fazer algo diferente para conseguir angariar algum dinheiro extra para o cortejo académico. Reunimos, pensámos, discutimos e surgiu a ideia de organizar um concerto com o mais recente, na altura, vencedor do The Voice PortugalEste mês o Fernando deu um "Salto" na carreira e lançou o seu primeiro álbum, com esse mesmo nome. O ESTA SOU EU esteve à conversa com o autor dos singles "Espera" e "Nada Mais" na Universal Music Portugal.  

Olá Fernando! Obrigada pela tua disponibilidade para estares aqui hoje a falar comigo. Antes tudo, como surgiu a tua paixão pela música?
Surgiu quando era muito novo. Os meus avós tocavam numa banda deles aos fins de semana e às vezes deixavam um instrumento musical em casa. Como eu tinha curiosidade, pegava nele e tocava. Foi a partir daí que surgiu o interesse de querer tocar qualquer coisa, porque gostava da sonoridade. Fui habituado desde pequeno a ouvir música e comecei a cantar muito cedo, o que me fez pensar 'fogo, eu gosto disto'. As pessoas diziam que eu tinha boa voz e comecei a juntar o útil ao agradável. Juntei a minha vontade de tocar à de cantar. 


Participaste em vários programas de televisão e, como diz o ditado portugês, à terceira foi de vez. Como foi ganhar a 4ª edição do The Voice Portugal?
Vencer o The Voice foi muito bom, porque foi um afirmar de várias coisas. Já andava a tentar isto há muito tempo e tinha concorrido a outros programas (em duas edições do Fator X) em que, apesar de me ter saído mais ou menos bem, continuei a achar que tinha algo a provar aos portugueses. Ganhar o The Voice mudou muito a minha vida, porque mostrou às pessoas o que eu precisava de mostrar. Depois de ganhar lançámos o primeiro single e foi logo um sucesso. O "Espera" foi, e continua a ser, um sucesso. E desde aí, eu e a Universal achámos que tínhamos muito para dar juntos. As coisas agora estão a andar depressa, mas está a dar para saborear tudo.


Ganhaste reconhecimento na tua prova cega, em que cantaste o tema "When We Were Young" da Adele. Esse reconhecimento é sinónimo de sucesso. Como é que se consegue este sucesso com menos de dois minutos de música?
Hoje em dia as redes sociais e a internet são algo muito bom. Uma rapariga portuguesa emigrante   em Londres gostou tanto e partilhou no Twitter. De repente a publicação dispersou para outros sítios no mundo. Comecei a receber mensagens de toda a parte do mundo e, no dia a seguir, já tinha 50.000 partilhas. Fiquei do género: 'o que é que se está a passar?'. Claro que também é importante trabalhar e ter conhecimentos técnicos de música, mas há outros factores que podem condicionar uma carreira, como as redes sociais, que ficaram on fire com a minha audição. Hoje em dia quando se fala muito de um assunto esse assunto ganha fama, peso e notoriedade e acho que foi isso que aconteceu. As pessoas foram conhecendo o meu trabalho e foram gostando.


E quando deste por ti, o vídeo da tua participação no programa era o mais visto no Youtube... 
Foi o mais visto em 2016. Neste momento é o segundo!


Acabaste de lançar um álbum. Este trabalho é um "Salto" na tua carreira?
É um "Salto" porque é algo de que eu já andava à procura há muito tempo e, apesar de não ter nenhuma música com esse nome, escolhi este nome porque queria que fosse uma palavra só que me afirmasse. Eu quero dar um salto, quero deixar de ser a pessoa que toca em bares para passar a ser uma pessoa com uma carreira. Quero ser a pessoa a quem que está tudo a correr bem. As coisas estão a correr como eu sempre sonhei.


O que nos traz este projeto em que só cantas em português?
Hoje em dia a música portuguesa é mais reconhecida e tem mais valor. Com este álbum quero trazer uma nova imagem ao pop nacional, uma nova roupagem e mostrar e assumir que não sou uma pessoa que só canta baladas. Apesar das minhas músicas falarem de amor, não considero que são baladas, porque as baladas têm compassos muito mais calmos. Apesar das minhas músicas falarem de amor, são músicas com atitude e poder. E os produtores que trabalham comigo estão de parabéns por causa disso. Eu tive que escrever, cantar e dar o meu cunho pessoal, mas eles ajudaram muito na parte da produção.


Recentemente o teu primeiro single, "Espera", recebeu o prémio 'Single de Ouro'. Que reação tiveste a esta conquista?
Foi um dia de muitas emoções. Antes de entrar em palco soube que o Hard Club no Porto, onde actuei no dia 30 de março, estava esgotado. Começar a tour com um concerto esgotado deixou-me super contente. Quando me estava a preparar para ir para o palco, chegou a Universal e traziam-me um quadro. Quando viraram o quadro fiquei logo com as lágrimas de felicidade nos olhos, porque batalhei muito para isto.


Transmites em palco que devemos batalhar pelos nossos sonhos e, no teu caso, foi pela música que batalhaste. Mas quem é, para além da música, o rapaz que ia para o túnel da Estação de Comboios de Estarreja tocar e cantar?
(Risos). Eu acho que atualmente tenho mais desse Fernando Daniel do que do Fernando Daniel pós programa. Aos 15 anos comecei a perceber como é que era enquanto pessoa e comecei a delinear o meu feitio e a minha personalidade. Hoje em dia, se me perguntares se sinto falta de ir tocar para a estação eu digo-te que sim. Eu ia para lá às três ou quatro da manhã e sentia uma liberdade total. O Fernando é essa pessoa que continua a ser sonhadora, que tem vontade de conseguir as coisas, de querer alcançar muito mais continua e acho que isso é importante. Eu quero viver da música. Quero chegar aos 50 anos de carreira a ser respeitado pelas pessoas enquanto um artista que sempre batalhou.


E em relação ao futuro, este "Espera" por ti?
Espero que o meu futuro seja risonho. Estou a trabalhar para isso com uma banda composta por amigos e super boa onda e com uma equipa excelente. Todas as pessoas que trabalham comigo dão-me confiança para que tudo corra bem, eu só preciso de cantar (risos). Tenho também uma discográfica e uma editora que fazem um trabalho incrível e ajudam-me em tudo. Neste momento estou a trabalhar para poder ter um futuro promissor.

Obrigada Fernando e espero que esse futuro "risonho" tenha o sorriso mais bonito do mundo ;)
Até breve,

Susana Pereira Oliveira

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