HMB de regresso: “Esperamos que a festa não se repita, mas se refaça”


A banda portuguesa de soul RnB voltou, passado dois anos, a pisar o palco principal da EXPOFACIC. Os HMB surgiram em 2007 e com apenas 11 anos de carreira já conquistaram dois Globos de Ouro. Conhecidos por grandes êxitos como “O Amor é Assim”, os HMB são cinco amigos e cinco músicos. Héber Marques (vocalista), Fred Martinho (guitarrista), Daniel Lima (teclista), Joel Silva (baterista) e Joel Xavier (baixista) encontram-se na digressão que tem o mesmo nome do seu último álbum. Lançado em 2017, este disco retrata aquilo que querem, “MAIS”. O Héber e o Joel Silva estiveram à conversa comigo, para o Jornal do Bairrada, e hoje decidi partilhar essa conversa.



Cinco amigos e cinco músicos. Para além disso, o que são os HMB?
Héber (H): É a primeira vez que colocam a pergunta dessa maneira, logo fica tudo mais fofinho (risos). Isto é quase um casamento em que há dias muito bons e outros não tão bons, mas a verdade é que somos família e aprendemos a lidar bem uns com os outros. A vida dos HMB tem vindo a ser assim, percebemos sempre quando um precisa de espaço, ânimo ou suporte. Já passaram mais de dez anos e espero que continue a ser assim. 

O significado original de HMB é “Héber Marques Band”, mas existem outros nomes... 
H: Não dizer que é ‘Héber Marques Band’ não é verdade, mas dizer que é só ‘Héber Marques Band’ também não é verdade. Daí nós termos aceitado vários dos nomes que, por vezes, os fãs nos dão, como ‘Home Made Brothers’, que acaba por ser algo que tem muito significado para nós. Mas também já nos chamaram ‘Há Mais Bifanas’, ‘Há Música Boa’ ou ‘Homens Muito Bonitos’ e outros nomes que aceitamos.  

Surgiram em 2007 mas só em 2012 é que lançaram o primeiro álbum (HMB). Esses cinco anos serviram para pensar naquilo que queriam mostrar ao público?
Joel Silva (J): Não sei se foi tanto para pensar no que queríamos mostrar ao público, mas naquilo que nós éramos e no que queríamos fazer. Em 2007 começámos a tocar e foi em 2012 que surgiu a oportunidade de podermos editar o nosso trabalho. Era um sonho que tínhamos que surgiu cinco anos depois de começarmos a trabalhar para ele.  

Atualmente só cantam em português. É difícil fazer música na nossa língua? 
H: Nós começámos por cantar em inglês. Agora cantamos em português e é difícil na medida em que pensamos sempre em como é que podemos fazer o português soar a uma música estrangeira, porque a verdade é que é isso que tentamos fazer. Como é que pegamos na nossa fonética, que é bastante fechada e não tão musical como noutras línguas, e como é que a fazemos soar numa música que seja bastante aberta? Esta parte é difícil, mas falar daquilo que vai cá dentro, na nossa língua, é muito mais fácil, daí termos largado o inglês, que foneticamente soa bem.    

Em 2017 fizeram dez anos de carreira e um marco disso foi a conquista do Globo de Ouro de Melhor Música (O Amor é Assim). Este ano ganharam novamente um Globo de Melhor de Grupo, na área da música. São estes prémios que vos fazem continuar a apostar mais e melhor? 
J:O que nos faz continuar a trabalhar é termos pessoas para nos ouvir. Sabe bem receber este tipo de prémios e sermos reconhecidos no meio musical, mas podíamos ter todos os prémios do mundo e não ter quem nos ouvisse que íamos estar em casa a jogar playstation, que é uma coisa porreira mas não é tão boa como é estar diante de tantas pessoas e perceber que elas se reconhecem nas nossas músicas e poder fazer disto vida. Os prémios são bons, mas ter público é muito melhor. 

Pisaram este palco há dois anos e hoje regressam à EXPOFACIC. As expetativas são ainda maiores?
H: Sim, na verdade aspiramos sempre algo maior e chegar mais longe. Não é à toa que demos o nome “MAIS” ao nosso último disco, porque realmente é o nosso estado de alma atualmente. Nós queremos mais e esperamos que a festa não se repita, mas se refaça de outra maneira ainda maior e que as pessoas saiam daqui com vontade ver mais HMB.



Susana Pereira Oliveira 

Comentários

Mensagens populares