Blaya: 'É sempre um desafio estar em cima do palco'


Tenho andando mais desaparecida, é verdade. E, por isso, peço já desculpa! Mas ninguém disse que levar uma vida de trabalhadora-estudante era fácil...

Estou agora a tentar voltar à rotina e volto com a Blaya. Isso mesmo, com um 'gostosa'! A Blaya foi uma das artistas que também subiu ao palco do Festival Académico de Lisboa no dia 28 de setembro. Momentos antes de actuar, Karla Rodrigues (o seu nome verdadeiro) esteve à conversa comigo. A cantora, compositora e dançarina é portuguesa, mas nasceu em Fortaleza (Brasil). Tem 31 anos, fez parte dos Buraka Som Sistema e é autora de temas com milhões de visualizações no youtube, como é o caso de 'Faz Gostoso'. 



O teu nome verdadeiro é Karla Rodrigues. Porquê 'Blaya' enquanto nome artístico? 
Há muitos anos atrás usava a rede social 'mIRC' e o meu nome lá era 'Dama'. Mas no Algarve, o pessoal do RAP, em vez de 'Dama' chamava 'Blaya' às raparigas (que significa 'rapariga', tal como 'Dama'). Então eu optei por mudar o meu nome para 'Blaya'. 

Entraste no mundo da música muito jovem. Passaste pelos 'Buraka Som Sistema' e agora atuas a solo. Como foi esta mudança?
Eu entrei no mundo musical quando tinha 15 anos, fazia RAP. Depois, quando percebi que o RAP feminino não tinha muita saída em Portugal, optei por me começar a focar mais na dança. Com a dança surgiu a oportunidade de fazer um casting para ser bailarina dos 'Buraka Som Sistema'. Comecei como bailarina, depois passei a cantar com eles e, pelo meio, quando estávamos a ter uma férias dos Buraka, tive possibilidade de fazer um EP (extended play) a solo, chamado 'Blaya'. Por isso, já nessa altura, em 2014, assumi a responsabilidade de ter um projeto sozinha. Em 2016 os Buraka acabam e, em 2017, comecei a trabalhar no meu segundo projeto a solo de forma séria. Claro que existem muitas diferenças de trabalho entre trabalhar em grupo ou trabalhar a solo, a responsabilidade é completamente diferente. Eu agora estou no palco sozinha, sempre na front line (primeira fila | linha da frente), não tenho a ajuda de ninguém a nível de voz. Tenho apenas ajuda dos bailarinos, a nível físico, e dos músicos. É sempre um desafio estar em cima do palco e cantar as minhas músicas.

Em várias entrevistas que te fizeram referiste que as pessoas te associavam a um belo rabo. O que fizeste para desmistificar isto?
Muitas pessoas vão olhar sempre para mim como sendo um rabo, é normal. Há muitas pessoas que têm palas nos olhos e eu não as consigo tirar... Mas ao virem aos meus concertos e ao ouvirem as minhas músicas novas vão percebendo, quem está recetivo a isso, o que é que eu consigo fazer tanto a nível vocal como a nível físico. Quem me quiser mesmo conhecer vai perceber o que é que eu faço seja com o rabo, com um braço, com a voz, num palco ou numa aula. 

Um dos teus últimos temas lançados foi o 'Faz Gostoso'. Quem é afinal safado, mas que faz gostoso?
Esse tema foi composto pelo MC Zuka. Ele é que teve a ideia do tema, por isso, muitos provavelmente, ele é que estava a pensar em alguém gostoso, não sei (risos). Quando o chamei eu já sabia que ele ia aparecer com temas muito bom para serem apresentados e foi isso que aconteceu! Ele fez o início, eu continuei com ele e criámos uma dupla muito fixe. 

E foi um tema que te fez voltar às origens...
Exatamente. Como o meu sangue é brasileiro, eu tinha que lançar algo que tivesse a ver com as minhas raízes e não havia som melhor do que começar com o 'Faz Gostoso'. 

Vais subir ao palco do Festival Académico de Lisboa. Quais são as expetativas?
Eu raramente toco em Lisboa, por isso estou curiosa para saber como é que vai correr. 

Susana Pereira Oliveira 

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