'Rosa': a nova flor de Luísa Sobral


No início deste mês chegou às lojas o 5º álbum da Luísa Sobral. "Rosa" é o nome deste projeto e, também, da sua segunda filha. Na verdade, este álbum foi pensado e produzido ao longo da gravidez da artista, mas para perceber todo este processo, estive à conversa com a cantora.


A Luísa tem 31 anos, mas quando tinha 16, em 2003, aventurou-se a participar no programa Ídolos, da SIC. Mas a artista conta que não foi só aí que percebeu que queria ter uma carreira musical. A cantora explica que "tocava guitarra, cantava no coro e sempre estive ligada à música desde miúda". 
Ao longo do seu percurso Luísa decide abrir horizontes e vai para os Estados Unidos da América estudar na Berklee College of Music. Portugal podia ter sido opção na vida da cantora e, por isso, acredita que "em Portugal teria tido outras coisas. O bom de ter estudado na escola onde estudei foi o facto daquela escola ser feita de estudantes do mundo inteiro e, musicalmente, isso é muito interessante. Eu acabava por ter aulas com músicos colombianos ou brasileiros, por exemplo, e acabava por aprender muito com eles. E isso é que é um bocadinho mais diferente daquilo que podia acontecer cá [em Portugal]. Acho que isso é que foi a mais valia, além dos professores".
A artista já tem cinco álbuns ("The Cherry On My Cake" 2011, "There's a Flower In My Bedroom" 2013, "Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa" 2014, "Luísa" 2016 e "Rosa" 2018). Da lista faz parte este novo último trabalho "Rosa", com um nome muito pessoal. Mas também outros trabalhos da cantora tiveram este peso, embora seja difícil dar nomes aos álbuns. "Às vezes não é fácil escolher nomes para canções, mas para discos é mesmo difícil. Tem que ser um nome que faça sentido para as canções e que faça sentido com o meu estado de espírito durante a produção do disco. Não é nada fácil! Este ["Rosa"] foi muito fácil, ao contrário de todos os outros. A minha filha condicionou imenso a escrita deste disco, tanto a parte de composição como de gravação, e, para mim, fez todo o sentido chamar "Rosa" ao disco. Não tive dúvidas, mas foi a primeira vez. O "Luísa" teve este nome porque era um disco muito pessoal e o "Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa" achei engraçado por ser na língua dos P's", explica Luísa. 
Este novo álbum com selo da Universal Music Portugal, produzido por Raül Refree e que chegou às lojas no dia 09 de novembro, foi gravado como se fosse ao vivo. Deu-se privilégio aos instrumentos clássicos: trio de sopros e percussão clássica e, para além disso, ouve-se apenas voz e guitarra. A cantora revela que "este é um disco muito despido. Eu estive sete anos a fazer música com a mesma formação. Neste disco decidi experimentar outra sonoridade. Queria que canções fossem quase iguais à forma como elas foram compostas. O mais importante é a palavra, a melodia e a história. Quero que as pessoas me ouçam como se eu estivesse a contar uma história e não a cantar um história".
Antes do lançamento desta "Rosa", surgiu o single "O Melhor Presente". Esta foi a primeira canção que a Luísa escreveu para o disco. Uma música com beleza que explica o quão especial é ter um irmão. "Eu tenho um irmão [Salvador Sobral], por isso eu sei o que é partilhar a infância com um irmão e sei o que significa ter um irmão na nossa vida. Então eu queria explicar isso ao meu filho numa canção. Não só explicar o que vai acontecer naquele momento, mas o que isso vai significar mais tarde na vida dele", confessa a artista.
O crescimento desta "Rosa" vai ser apresentado ao vivo em fevereiro de 2019 (09/02 - Porto e 22/02 - Lisboa) e tendo este disco apenas um convidado, Salvador Sobral, para Luísa "ele seria o único convidado que, para mim, faria sentido". Como ainda não se sabe se ele poderá estar presente, porque "ainda não falámos sobre isso", Luísa acrescenta apenas que "na apresentação vou cantar canções de outros discos e isso vai ser um desafio, porque vou ter que as adaptar a esta nova formação e a este novo som. Acho que isso vai ser super interessante".


Susana Pereira Oliveira 

Comentários

Mensagens populares