Entrevista: João Só


João Só.

Cantor, compositor e produtor. Cantautor português. Nasceu a 10 de junho de 1988, tem 30 anos. 


"O João Só cantautor é apenas uma parcela do que faço todos os dias enquanto músico"


Créditos: Filipe Ferreira

Nasceu em Coimbra e aos nove anos mudou-se para Lisboa. Falo-vos de João Só. Admite que ouve de tudo, mas faz questão de cantar e de compor em português. É um artista com influências que vão dos Beatles aos GNR. Começou a compor aos 15 anos e, desde então, nunca mais parou. O João comemora, este ano, 10 anos de carreira com a digressão “Só 10 Anos”. Ainda não começou a festejar. Até lá ainda vai (en)cantar em diversos palcos do país. O artista esteve à conversa comigo. Uma entrevista sobre todo o seu percurso.

Créditos: Fernando Piçarra

Nasceste em Coimbra mas aos 9 anos mudaste-te para Lisboa. Que oportunidades te ofereceu a capital?
Quando comecei a escrever músicas andava no liceu, num colégio em Lisboa. Foi aí o meu primeiro palco, onde dei os primeiros concertos. Foi nessa altura que, num concerto em Lisboa no Jardim do Tabaco, chamei a atenção do Francisco Vasconcelos, da Valentim de Carvalho, e a partir daí foi sempre a andar.

Acredito que olhavas para a vida e para o futuro da mesma forma que outros colegas da tua idade. Em que altura é que percebeste que querias fazer música na tua vida?
Nunca fiz nada como as pessoas da minha idade. Desde que comecei a falar que dizia em casa que queria ser músico. Nunca ponderei sequer ser outra coisa. Isto é o que faço. E gosto das várias facetas da coisa. O João Só cantautor é apenas uma parcela do que faço todos os dias enquanto músico.

Produzir e cantar em português é um desafio?
Aí está outra coisa que também não escolhi. Ouço e ouvi maioritariamente música escrita e cantada em inglês, mas expresso-me em português e aprendi a jogar com isso.

Como é que um jovem de 30 anos consegue ser, em simultâneo, cantor, compositor e produtor?
Com muita paciência da minha mulher. Há tempo para tudo, as áreas complementam-se e gosto muito do lado de laboratório da coisa. Tornou-se indispensável para o que gosto de fazer. Trabalhar com outros músicos é a minha maior bênção artística. 

És considerado um dos artistas mais completos do atual panorama musical português. Que qualidades consideras ter para conquistar esse título?
É difícil de responder a isso. Se calhar é a capacidade de poder fazer letra, música, arranjos e ainda tocar razoavelmente alguns instrumentos. Não sei. Quando a coisa corre bem sou focado, o que ajuda muito. 

Lançaste o 1º disco em 2009 e nunca mais paraste. Em que te inspiras para os teus trabalhos? Quais são as tuas referências? É difícil criar originais?
Inspiro-me no dia a dia e nas pessoas que me rodeiam. Ouço muita música e tenho grandes heróis que tomam conta de mim. Para mim é mais fácil escrever um original do que fazer uma versão de uma canção que já existe. Não sei como nem porquê, mas acaba por ser assim.

“Sorte Grande”, com Lúcia Moniz, ainda hoje é um dos temas mais conhecidos pelo público português. Qual foi o ingrediente chave para o sucesso desta canção?
Foram uma série de coincidências. Se não estivesse a trabalhar com a Lúcia no disco dela, não a teria convidado e por aí fora. Ainda hoje é das canções que mais gosto de tocar ao vivo. 

“O Bom Rebelde” foi o teu último disco apresentado, em 2018. Qual a sua essência? O que nos trouxe este trabalho?
“O Bom Rebelde” é um best ofaldrabado porque tem canções antigas, novas e algumas que foram revisitadas. Foi preciso fazer esse apanhado para se tomar decisões e voltar a ganhar balanço. 

Este ano celebras 10 anos de carreira. Que balanço fazes do teu percurso?
Acho que ainda estou no princípio. Não sinto que tenha alcançado grande coisa, porque como artista estou sempre insatisfeito. Por outro lado, tenho a minha família que consigo sustentar com a música e isso é uma grande alegria. 

A reedição do tema “Mais Ninguém” foi o marco do teu regresso este ano. O que nos trazes com a recuperação deste tema?
Foi uma canção que andava perdida e o meu manager Pedro Barbosa reencontrou-a e quis atirá-la ao ar. Resulta muito bem e gosto muito da reação das pessoas a este tema. 

Quais as perspetivas para este novo ano?
Concertos, disco, poucas horas de sono!

Que surpresas se podem esperar da digressão “Só 10 Anos”?
Vão ter que esperar para ver, mas não se vão arrepender!

Próximos concertos:


Susana Pereira Oliveira

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